terça-feira, 19 de outubro de 2010

A Banda

Acho graça de quem acha a vida simplista. Mas não recrimino.

É difícil,em algumas situações, ser menos fatalista do que o poema Ou Isto ou Aquilo de Cecília Meireles, o grito de Independência ou Morte de Dom Pedro, ou o Ser ou Não Ser de Shakespeare.

Depois de milhões de romances produzidos pelos estúdios de Hollywood, mil juras de amor de Vinícius de Moraes e todos os finais felizes dos contos de fadas, quem prefere aceitar que não há um momento em que - um dia - seremos felizes para sempre?

É muito mais prático - e ilusoriamente confortante - olhar apenas para o horizonte e acreditar na realidade plana, onde é sempre uma coisa ou outra. Mas a verdade é bem diferente. Aliás, que bom que é.

Se por um lado a simplicidade nos ajuda nas decisões, por outro é limitante. Nada é muito bom ou muito ruim e vivemos na superfície blasé. Essa ideia me causa repulsa. Doa o que doer, quero mergulhar na vida. Sentir cada momento triste e rir do máximo que puder. Não serei aquela cantada por Chico, a sentar na janela para ver a banda passar.

Eu vou é tocar tambor!

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