terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Davi e Golias

Estão adormecidos pelo amor e embalados pelo medo,
que paraliza as pernas e sela os lábios.
Não, a mente grita e o corpo implora,
mas o silêncio permanece ali, imóvel,
sem palavras, sem gestos, sem beijos.
Um prazer doloroso,
que acaricia enquanto bate, morde enquanto assopra.

E a sociedade permanece letárgica, na caverna de Platão,
a observar sombras e não corpos,
silhuetas e não formas,
borrões e não rostos.

Mas tem sempre um Davi a enfrentar Golias
e para nos despertar e ensinar uma saída da caverna.
Sempre um iluminado a buscar o mundo das ideias.
Então carregado pelas mãos de Davi,
Platão sai da caverna e vê o mundo.

Ele conhece as formas, gostos e também desgostos,
quando resolve votar à caverna pelos demais.
E qual é o seu desapontamento ao descobrir que as pessoas já conheciam o exterior
mas permaneciam imóveis ali,
A preferir sombras e não corpos,
silhuetas e não formas,
borrões e não rostos.

E quando perguntados porquê
responderam com uma sinceridade ignorante:
- Nem todos estamos dispostos a nos tornarmos Davi e enfrentar Golias.

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