segunda-feira, 14 de março de 2011

A verdade do Cisne

Sabia que mais cedo ou mais tarde este post viria, apenas tentei evitar.
No entanto, desde que pensei nele, nada mais me inspirou. Não antes de escrevê-lo. Por isso a ausência. Precisava escrever sobre o filme Cisne Negro.

Entendo porque o filme, lindamente interpretado pela Natalie Portman, foi por vezes amado, ora indiferente às pessoas. Mas de alguma forma extremamente subjetiva, acho que ao invés de odiada, a história foi simplesmente não compreendida. E é este ponto que me deixa abismada.

Para uma perfeccionista como eu, tudo é muito claro. Como não entender, aceitar (e pasmem) até não se identificar com uma menina que quer se destacar, quer ter o papel principal, quer fazer tudo perfeito? Longe da identificação representar apenas os caprichos de uma menina mimada (que sou), acho que muitas pessoas já estiveram no lugar da personagem da Natalie Portman.

O filme faz uma metáfora com a dualidade da mente humana e transforma em realidade (intensa) os devaneios inconscientes de quem tenta ser perfeito, não ter falhas, ser aceito. Ora, essa não é a realidade de muita gente? Não é por isso que os sites de relacionamento, blogs e afins fazem tanto sucesso, porque neles podemos parecer felizes para sempre?!

Então não entendo como não ver semelhanças entre aquela bailarina insegura e nós mesmos. Claro que a história e os sentimentos daquela menina são exagerados, mas isso é arte, correto? Mesmo assim, acho que muitos rejeitam o filme porque tentamos parecer normais, porque temos medo de sermos malucos, ou taxados como tal.

Conheço pessoas que rejeitam o psicólogo. "Ah, isso é coisa de maluco", argumentam. Da mesma forma que não gostam do Cisne Negro. "Ah, falam tanto do filme, mas não é nada demais, apenas uma mulher maluca", opinam.

Ok, pode ser. Mas quem nunca surtou? Nunca teve dias ruins? Nunca se odiou? Nunca batalhou por nada e perdeu? Nunca muitas coisas?

Acho que está na hora das pessoas se permitirem mais e pararem de se conter, falarem mais a verdade para si mesmos. Afinal, o filme é perfeito em retratar o que o excesso de controle pode fazer conosco..fica a reflexão.

"Quem se diz muito perfeito, na certa encontrou um jeito insosso para não ser de carne e osso" (Zélia Duncan)

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